domingo, 29 de novembro de 2009

Frases [2]

"Desta vala imunda a maior corrente da indústria humana flui para fertilizar o mundo todo. Deste esgoto imundo jorra ouro puro. Aqui a humanidade atinge o seu mais completo desenvolvimento e sua maior brutalidade, aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado torna-se quase um selvagem."


- Eric Hobsbawm -

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Frases

É preciso compreender as pessoas ao seu redor; quando você vence a sua própria resistência e aceita um chamado (vai em busca daquilo que você sabe que quer fazer pelo resto da vida), isso gera uma censura nas pessoas próximas porque é como se você estivesse eliminando qualquer desculpa que elas já tenham pré-estabelecidos para si próprias para não fazer o mesmo.

Afinal, se você consegue, elas também poderiam.

Porque se existe uma maneira de mudar o mundo é através do exemplo.


- Raphael Draccon -

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ensino "Superior"



Será que podemos chamar de superior mesmo? Sempre vi a Universidade como um lugar que agrega uma pluralidade de conhecimentos, de idéias, um lugar onde Exatas, Humanas e Biológicas têm a oportunidade de serem confrontadas com seu oposto e assim desenvolver a intelectualidade de uma pequena casta de jovens mais favorecidos financeiramente. Isto geraria, consequentemente o desenvolvimento das produções científicas, sejam elas teóricas ou práticas que visam a melhoria da qualidade de vida das pessoas que exercem outras atividades, nos mais diversos setores da sociedade.

Porém, se você também tem esta visão, estaremos transferindo nosso empreendimento para o mundo do fantástico. O descaso com o ensino público é alarmante, seja pela falta de estrutura, seja pela mentalidade dos alunos. Estes, que em sua maioria seguem uma vertente de pensamento que gosto de chamar de Antintelectualismo, no qual todo tipo de curiosidade ou interesse por qualquer aspecto de uma possível erudição, é visto como depreciativo (sou só eu, ou mais alguém vê a contradição aqui?)

Bem, sobre o ensino superior privado acho que não preciso falar nada né? A intolerância, a infantilidade acadêmica, a castração da liberdade de pensamento ou de expressão são somente alguns exemplos (sim, se os alunos da Unibam surgiram em sua mente, é sinal de que estamos afinados pelo mesmo diapasão). Isso porque eu não quero aprofundar a idéia da lógica de mercado permeando essas pequenas fábricas de diplomas.

Este é o nosso "Admirável Mundo Novo!" onde no Ensino Superior, as pessoas simplesmente esqueceram coisas como respeito, tolerância, ética. Um mundo no qual a alienação, o distanciamento do acervo de conhecimentos históricamente estabelecidos nos conduz a cometer os mesmos erros de novo, e de novo, e denovo. Não vai demorar muito até termos outro Auchiwtiz...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Random



We can be Heroes, just for one day

Quem nunca teve um herói? Uma personalidade que fosse fonte de inspiração, um protagonista de algum romance que tornasse o pacato cotidiano num mar de sacadas geniais?
Para assuntos desse tipo, nada melhor do que apelar para a Psicanálise, mais especificamente para Carl Gustav Jung. Ele trabalha com a idéia dos Arquétipos, que seriam imagens psiquicas do inconsciente coletivo. Arquétipo vem do grego arché, que significa: principal, origem, fonte. Seria o modelo original de alguma coisa.
Dentro dessa idéia, Jung identifica uma "instância arquetípica" que podemos chamar de Sombra, ou "o lado instintivo oculto e reprimido. É a fonte de energia que mobiliza tudo que há de melhor e de pior no ser humano. Representa tudo que foi suprimido no desenvolvimento da Persona (máscara social). São os conteúdos inconsientes."
A Sombra reprimida se manifesta na forma de projeção. As idéias e sentimentos contraditórios que permeiam a fronteira entre consciente e inconsciente acabam sendo, literalmente, projetados na "tela branca" do ambiente, podendo até mesmo afetar nossa percepção da realidade. Em outras palavras, tanto aqueles pensamentos sórdidos, maldosos e antiéticos que nos invadem e que somos incapazes de admitir para nós mesmos (devido a uma repressão moral e culturalmente estabelecida), quanto aquele anseio por ter atitudes admiráveis que expressam a integridade em sua essência, estão sempre...no outro...
O jardim do vizinho ou é sempre mais verde, ou é sempre incrivelmente podre.
Mas o que isso tem a ver com heróis? Bem, todos aqueles nossos impulsos negligenciados estão num dinamismo constante, buscando uma "descarga", alcançada por meio da projeção. Um herói, seria uma espécie de "ser olimpiano dotado de talentos especiais, capaz de resolver qualquer problema, realiza feitos extraordinários, tem grandeza de alma e nobreza de caráter, que nos faz sentir seguros e também...insignificantes." Ou seja, aquele conjunto de características coletivamente apreciadas (e que estão diluídas entre os diversos povos) são concentradas em um único ser, fazendo com que o mecanismo de defesa do ego acabe não cumpindo sua finalidade, muito pelo contrário, passamos a admirar o outro, por ser possuídor de algo que não conseguimos encontrar em nós mesmos (mas que está lá!)
Sendo assim, acredito que a desconstrução de um herói é sempre aconselhável, pois nos ajuda a amadurecer, a aceitar aquilo que "pulsa" em nosso inconsciente. Talvez a real função do herói seja justamente essa, a função organizativa: assim que definirmos nossas bandas favoritas, poetas, escritores, personagens fictícios, poderemos ter uma noção razoável de quais virtudes valorizamos (ou desprezamos, no caso de vilões), e assim agregar estes elementos para nossa vida psiquica consciente para então fornecer ao nosso comportamento confuso uma certa coerência atitudinal.