domingo, 28 de março de 2010

Relativismo ou Universalismo?


Qual postura (doutrina) será a mais adequada? Tal dicotomia é recorrente na história da filosofia, sendo os alicerces de métodos de investigação, direcionando grande parte das produções teóricas.

Existiria uma verdade universal? um grau máximo de conhecimentos acerca dos fenômenos do mundo? Algo que ainda encontra-se no mundo abstrato das idéias, mas que, além de motivar todos os esforços do homem que busca subjulgar a natureza, proporciona a promessa de um propósito último, de uma espécie de afinação perfeita entre o universo tal como ele é e a idéia que temos dele? Seremos capazes de atingir tal grau de evolução ao ponto de apreendermos o universo em sua essência, lançando por terra todas as máscaras e neblina que por tanto tempo turvaram nossa percepção?

Ou será tudo isso relativo? será que estamos condenados a estar constantemente partindo de pressupostos? Revelando assim a limitação imposta pelos sentidos? Será que as verdades continuarão sempre sendo substituídas por outras tornando os homens escravos dos recursos de seu tempo? Certas teorias permanecem, apenas assimilando as novas descobertas, porém uma ciência nova nasce a cada dia. Será isso um indício de que jamais partiremos de um pressuposto imune à ação do tempo?

Muitas vezes, o relativismo não se aplica. A discussão central não deve ser se um método ou o outro está certo, mas sim no sentido da superação do método considerado errado. Formas primitivas de pensar ou agir não se instalam no comportamento das pessoas
porque elas gostam ou porque "sempre foi assim", isso ocorre devido a uma incapacidade de se permitir a possibilidade de mudança, seja por preguiça ou comodismo,uma vez que é muito mais confortável pensar de determinada maneira, colorindo-a com diversos aspectos poéticos, do que encarar a verdade de frente, nua, honesta e repugnante.

Muitas vezes defende-se um ponto de vista errado e equívocado sob a alegação de "MINHA MANEIRA DE SER", quando na verdade é apenas o refelexo de uma ideologia manipulativa, que se fortalece quando as pessoas assumem postura passiva, isenta de crítica, alienada, evidenciando uma incapacidade de inferir, de antecipar ações, criando assim verdadeiros escravos da percepção sensorial, atrofiando o cérebro e fazendo da nossa cognição mero receptáculo de informações inúteis.

Querer manter uma filosofia é uma coisa, recusar-se a evoluir é outra, afinal de contas, a estabilidade é agradável a todos, ao passo que a evolução exige o risco...o risco de estarmos errados, ou pior ainda, de termos que admitir que estávamos errados.

É claro que deve-se evitar excessos, afim de fugir do fantasma facista. Mas daí surge a pergunta: Até que ponto devemos defender nossos ideais? Até que ponto o Nosso deve se sobrepor ao Outro? ou o Outro deve se sobrepor ao Nosso? Existe realmente aquela
linha divisória tanto elucidada pelos Éticos? Deve haver respeito pelas opniões alheias, mesmo quando elas se apresentam erroneamente, muitas vezes afetando seriamente a organização social?

É correto afirmar que Valores são relativos? Todo sistema de crença é igualmente válido, e nós temos que respeitar a diversidade? Mesmo que tal diversidade implique num egoísmo hipócrita num mundo onde as opniões são moldadas de acordo com um ensino deficitário ou uma máquina de lavagem cerebral TV ?

2 comentários:

  1. "Muitas vezes defende-se um ponto de vista errado e equívocado sob a alegação de "MINHA MANEIRA DE SER", quando na verdade é apenas o reflexo de uma ideologia manipulativa, que se fortalece quando as pessoas assumem postura passiva, isenta de crítica, alienada, evidenciando uma incapacidade de inferir, de antecipar ações, criando assim verdadeiros escravos da percepção sensorial, atrofiando o cérebro e fazendo da nossa cognição mero receptáculo de informações inúteis."

    Será que as pessoas que assumem postura passiva? Ou será que comportam-se da única maneira que aprenderam em determinado contexto de forma que seja a ela reforçadora? Ou ainda, será que possuem mesmo liberdade pra ter um ponto de vista?

    ResponderExcluir
  2. Pois é, na maioria das vezes o próprio contexto já torna as pessoas passivas (afinal, quem não tem opnião própria é mais fácil de manipular). Elas "engolem o chicote" e se sentam confortáveis em seus apartamentos, Obrigado!

    E outra, se você tem acesso ao Google, você pode ter contato com qualquer idéia existente. E se você não tem acesso ao Google, então temos uma prova concreta de que há algo de muito errado com a idéia de que se tem de Democracia (se é que essa besteira realmente existe em algum lugar)

    ResponderExcluir